Desistir de tudo.
Partir sem destino, embora com rumo.
Conhecer.
Sentir o planeta em que vivemos com a noção de que estamos lá e experimentámos. Vislumbrar o real sem ser através de uma foto digital.
Sentir a emoção de presenciar a pobreza e poder estender a mão. Ver mais de perto aqueles que nos aparecem diariamente nos ecrans televisivos.
Sentir que pela primeira vez não conseguimos ver o céu, porque a densidade da floresta não o permitiu.
Banhar-se nas águas quentes dos trópicos e partilhar o inhame.
Beber chá quente e comer gordura de foca no frio ártico.
Tentar mergulhar nas profundezas zen nos mosteiros dos Himalaias. Venerar o monte Fuji numa modesta casa japonesa.
Partilhar.
Eliminar as fronteiras físicas e mentais e darmo-nos ao mundo. Sentir que fazemos parte de um todo e não somos nós o todo.
Assumir que não podemos assegurar o amanhã, porque dele dependemos e não o contrário.
Ter a coragem de dizer NÃO ao modo de vida que construímos, nem sempre voluntariamente.
Enfim, VIVER.
Quem aceita o desafio ? Quem me acompanha ?
Se quem me ama não o fizer, se quem me lê não o pretender, irei sozinho.
Voltarei para contar.
Se voltar.
José Carlos Lucas
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