segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Desistir de tudo.

Partir sem destino, embora com rumo.

Conhecer.

Sentir o planeta em que vivemos com a noção de que estamos lá e experimentámos. Vislumbrar o real sem ser através de uma foto digital.

Sentir a emoção de presenciar a pobreza e poder estender a mão. Ver mais de perto aqueles que nos aparecem diariamente nos ecrans televisivos.

Sentir que pela primeira vez não conseguimos ver o céu, porque a densidade da floresta não o permitiu.

Banhar-se nas águas quentes dos trópicos e partilhar o inhame.

Beber chá quente e comer gordura de foca no frio ártico.

Tentar mergulhar nas profundezas zen nos mosteiros dos Himalaias. Venerar o monte Fuji numa modesta casa japonesa.

Partilhar.

Eliminar as fronteiras físicas e mentais e darmo-nos ao mundo. Sentir que fazemos parte de um todo e não somos nós o todo.

Assumir que não podemos assegurar o amanhã, porque dele dependemos e não o contrário.

Ter a coragem de dizer NÃO ao modo de vida que construímos, nem sempre voluntariamente.

Enfim, VIVER.

Quem aceita o desafio ? Quem me acompanha ?

Se quem me ama não o fizer, se quem me lê não o pretender, irei sozinho.

Voltarei para contar.

Se voltar.

José Carlos Lucas

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