segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Até que ponto conseguimos conhecer a fundo uma pessoa? Nestes últimos dias de transição entre 2007 e 2008 tenho-me debruçado bastante sobre esta questão, pois dela depende não só algumas decisões que deverei tomar e que terão implicações directas na minha vida, mas em simultâneo a própria questão em si é bastante pertinente e a sua clarificação – embora sempre parcial – poderá ser um tónico essencial no sentido de me poder relacionar muito melhor com o meu semelhante.

Creio que a questão básica se centra entre aquilo que alguém diz de si próprio e o demonstra em primeira instância de uma forma aparentemente quase perfeita e o seu “eu” verdadeiro, aquele que aqui e ali vai transparecendo e só uma observação quase clínica, mesmo cirúrgica, nos transmite. Colocasse-nos deste modo uma dualidade de praxis, ou seja, deveremos seguir a figura “ingénua”, infinitamente “boa” e quase “sagrada” que nos é apresentada em praticamente 99,999% das suas actuações, ou, pelo contrário, teremos de estar de sobreaviso para a incredulidade de nos depararmos com a milésima probabilidade de termos em frente algo “mesquinho”, “maldoso”, “subliminarmente adúltero” e afinal falso?

Até agora e por mais que o meu bom senso se incline para a primeira hipótese, acredito que deverei estar atento para a realidade da segunda. Pequenos lapsos já foram identificados e quando isso acontece, não há volta a dar.

É algo que me faz pensar nestes dias chuvosos da estação que ainda agora começou. Fria e calculista, mas por vezes sedutora, toldando-nos a visão e o discernimento com os primeiros pingos de chuva.

José Carlos Lucas

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